Nos últimos anos, o mundo tem caminhado para tornar todos os processos e atividades mais sustentáveis. Isso atinge desde as atividades produtivas (como nosso foco aqui, a construção civil), como também os hábitos de consumo, estilos de vida e cuidados com a saúde.
Dessa forma, existe uma série de ações que podem tornar cada empreendimento mais ecologicamente responsável. Isso se dá em diferentes aspectos da construção, seja nas metodologias implementadas nos processos construtivos, os materiais utilizados ou as atividades fim realizadas em cada unidade.
E claro, ações pontuais e individuais são sempre bem-vindas como esforços de preservação ambiental.
Por isso, listamos algumas técnicas que contribuem para que a área da laje seja uma estrutura mais sustentável. Confira!
Hortas e jardins na laje
As pessoas buscam um estilo de vida mais natural dentro dos grandes centros urbanos. E isso nem sempre se limita em visitas a parques. Muitos querem estar mais rodeados pelo verde, ter seus próprios jardins e ou cultivar uma horta com temperos, verduras e legumes.
Criar o verde em casa permite não só ter um ambiente mais bonito e aconchegante, uma pequena horta oferece praticidade para a hora de cozinhar, e se seus frutos forem orgânicos, sem uso de fertilizantes ou agrotóxicos, sua família agradece ainda mais!
Enquanto alguns edifícios já contam com áreas dedicadas para esse tipo de estrutura em varandas ou na laje do terraço mas, se não for o caso, é importante consultar um profissional.
Afinal, não se trata de alguns pequenos vasos, mas de jardineiras de alvenaria de maior porte, podendo até mesmo ocupar uma grande parte da área da laje.
Além da carga de pedras, terra, plantas e até mesmo pequenas árvores, é importante que a estrutura do piso esteja preparada com camadas e mantas impermeáveis para impedir infiltrações e problemas do tipo.
Teto verde
Os tetos verdes, também conhecidos como coberturas verdes, é um sistema de cobertura de edifícios em que se usa vegetação para cobrir a laje mais alta da estrutura. Essa solução oferece benefícios ambientais, além de criar uma estética muito própria ao projeto arquitetônico.
Assim como nos casos de hortas e jardins, criar uma estrutura complexa de teto verde exige um cuidado com toda a superfície da laje superior do empreendimento. Abaixo da vegetação e da terra, é necessário utilizar um tecido impermeável, sistema de drenagem, bloqueadores de raízes para conter o crescimento das plantas e membranas à prova d’água para evitar infiltrações.
Uma cobertura verde, além de promover uma aproximação dos indivíduos à natureza mesmo em ambiente urbano, garante alguns outros benefícios como a capacidade de absorção de água da chuva, que reduz a sobrecarga aos sistemas de drenagem das cidades, podendo evitar enchentes em grandes regiões.
A solução também promove bom desempenho térmico, reduzindo a temperatura interna no verão em até 3 °C.
Soluções fotovoltaicas
A tecnologia fotovoltaica já não é o bicho de sete cabeças de outrora. A fórmula é “simples”: aproveitar a incidência solar no topo (e laterais) dos edifícios, absorver essa luz e transformá-la em energia elétrica. Geralmente, essa energia é disponibilizada para rede de distribuição pública e o saldo da energia gerada garante descontos à conta de luz dos condôminos.
As placas fotovoltaicas são instaladas sobre as lajes das coberturas dos edifícios para aproveitar a maior incidência de luz solar. Com o aquecimento do mercado sustentável e diminuição nos custos de instalação, mais empresas começaram a implementar a tecnologia em seus empreendimentos.
No final de 2018, o Brasil registrava cerca de 32 mil geradores domésticos, com produção de 2.500 megawatts. A expectativa é ultrapassar os 3.000 MW até o final de 2019.
Novos tipos de concreto
A engenharia de materiais têm criado soluções que dão novas possibilidades aos projetos da construção civil. O concreto é o segundo material mais utilizado do mundo, atrás apenas da água, e seu alto consumo é um problema ambiental, principalmente quando se trata da energia utilizada na sua fabricação.
Para 1 m³ de concreto, gasta-se 2.775 MJ de energia, equivalente a 770,83 kWh. Para gerar essa energia, utiliza-se 37% de um barril de petróleo, o que totaliza cerca de 59 litros do combustível.
Nesse contexto, pesquisadores de todo o mundo têm desenvolvido projetos para tornar essa produção mais sustentável ou gerar novas propriedades ao material que o tornem mais ecologicamente responsável.
Pesquisadores no México e na Alemanha criaram concretos com capacidades fotovoltaicas. O projeto mexicano gera a propriedade à mistura de alguns aditivos específicos, enquanto na Alemanha os processos se deram pela aplicação de cores. Há ainda uma parceria entre a empresa suíça LafargeHolcim e a alemã Heliatek que concebeu uma película aplicada sobre o material que opera como células solares.
Existem materiais conceitos com o Green Concrete, que estabeleceu uma série de critérios e metas para que o concreto se torne mais sustentável.
Pesquisadores da Holanda, na Universidade de Delft, criaram o bio-concreto. O material é capaz de se regenerar após traumas como rachaduras e fissuras. Dessa forma, a necessidade de manutenção das estruturas é reduzida, gerando economias econômicas e ambientais.
Geralmente, novas tecnologias chegam com preços proibitivos, mas é importante estar a par dessas inovações porque, inevitavelmente, estarão em algum momento no mercado.
Lajes nervuradas
A estrutura nervurada é uma solução com ótimo potencial sustentável para a execução de lajes. Em média, um projeto de lajes nervuradas consegue reduzir 30% no uso de concreto e aço, apresentando imediatamente ótimo desempenho ambiental e econômico.
Com a metodologia de fôrmas autoportantes da Atex, é possível reduzir em até 90% do uso de madeira na área da laje, o que corresponde em média em 50% do total do material utilizado na obra.
A menor massa total do projeto implica em uma redução proporcional da estrutura de fundações, reduzindo ainda mais os impactos ambientais do projeto.