Após passar por Portugal, Índia e Espanha, nossa série de grandes projetos com laje nervurada está de volta aos Estados Unidos, mais precisamente na unidade de San Diego da Universidade da Califórnia.
Vamos conhecer o Galbraith Hall, edifício que era usado como espaço de leitura e como biblioteca e passou por uma grande reforma em 2013.
Conhecendo o projeto
O projeto de revitalização do Galbraith Hall incluiu a construção de um auditório para 417 pessoas, dois halls para estudantes, três teatros e estúdios de dança, salas de conferência, escritórios de faculdade e nova estrutura de esporte.
A renovação é de autoria dos arquitetos Kevin deFreitas e Manish Desai. O desafio era dar uma nova vida ao prédio inaugurado em 1965 como a biblioteca do campus universitário, um típico produto do estilo brutalista da arquitetura do meio do século passado. Essa estética valorizava o concreto e, para dar leveza ao edifício, utilizava estruturas em laje nervurada.
Uma das principais decisões estruturais da dupla foi retirar todas as camadas de revestimento para valorizar e expor as superfícies de concreto da região – o que destaca principalmente as lajes nervuradas que dão textura às superfícies do edifício.
A grande novidade do Hall foi o novo auditório, instalado no coração do prédio. Se essa localização passa uma ideia de menor incidência de luz natural, a solução dos arquitetos foi criar uma “caixa dentro da caixa”. As superfícies de todos os ambientes promovem reflexo da iluminação natural, de forma a encaminhá-la para o centro do Hall, em direção ao auditório.
E isso acontece não apenas de forma horizontais, mas as claraboias e clerestórios permitem a entrada da luz que incide sobre o edifício.
O auditório conta com paredes brancas revestidas por um padrão geométrico de folhas de metal. Esse formato gera um efeito sutil de passagem do tempo durante o dia, seja pela sombra, seja pela cor e reflexo da luz solar.
Um novo ambiente de estudo
Alguns dos desafios do projeto envolviam a criação de uma nova sala de aula e conectar lajes de pisos inferiores e superiores, além da estrutura em volta do elevador. A estrutura final, conta com grandes janelas, clerestórios e claraboias, otimizam o aproveitamento da luz natural para todos os andares e reduz o consumo de energia. Junto às lajes nervuradas, tem-se um ambiente de ótimo desempenho acústico.
O trabalho de escolha de materiais, formas, iluminação e texturas criou um ambiente claro, arejado e confortável deixando o lugar mais convidativo para o estudo do que um típico laboratório, por exemplo. E esse foi o objetivo do projeto, tornar cada cômodo do Hall um local atrativo para estudantes e professores se engajarem nos estudos, discussões e todo o processo educativo.
“Muitos desses jovens alunos estão estudando ciências básicas em aulas como química orgânica”, destacou o arquiteto deFreitas. “Nós queríamos criar algo mais natural, aquecedor e familiar para eles nas áreas de estudo”.