Após passagens pela Península Ibérica, colinas de Hollywood, Canadá e o mais famoso museu do mundo, a série Laje Nervurada pelo Mundo chega em terras inexploradas, mais precisamente na Índia. E nem precisamos adentrar muito o subcontinente: hoje nós vamos conhecer melhor o Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Chhatrapati Shivaji, na cidade de Mumbai.
E não se trata de uma estrutura qualquer. O aeroporto é o maior hub de aviação do país, com dois terminais espalhados em uma área operacional de 7,5 km². Os terminais doméstico e internacional eram chamado Santa Cruz (Terminal 1) e Sahar (Terminal 2), respectivamente. O novo nome do aeroporto é uma homenagem ao Imperador Maratha do século XVII, Chhatrapati Shivaji Bhosle.
E nosso foco será mais precisamente no Terminal 2, inaugurado em 2014.
Além de ser uma área imponente e importante para a região metropolitana de Bombaim, o Aeroporto Internacional de Chhatrapati Shivaji impressiona por ostentar uma das mais impressionantes estruturas feitas em laje nervurada em todo o mundo.
Conhecendo o projeto
O projeto foi realizado pelo escritório de arquitetura Skidmore, Owings & Merrill – conhecido também simplesmente como SOM.
Com a reforma, o Terminal 2 uniu sob o mesmo teto passageiros de voos domésticos e internacionais, garantindo principalmente a redução da distância caminhada pelos mais de 40 milhões de pessoas que passam por lá todos os anos. Os quatro andares do terminal totalizam uma área de 450 mil metros quadrados. O projeto custou cerca de US$ 1,5 bilhão.
A área de convivência conta com 21 mil metros quadrados de lojas, lounges e serviços de viagens, com 5 mil metros quadrados de área de paisagismo e estacionamento para 5 mil carros.
O Terminal conta com o GVK Lounge, primeira área de luxo comum em um aeroporto no país. Aberto para passageiros de primeira classe e classe executiva, a área pode receber 440 pessoas em seus dois andares que contam com livraria, centro de negócios, restaurantes, bar, spa e áreas para descanso e relaxamento.
O aeroporto ainda abriga um hotel com 32 suítes destinadas a passageiros que podem reserva-las.
E as lajes nervuradas?
Sem dúvida, a parte mais icônica do Terminal 2 é a suntuosa estrutura de 42 metros de altura que cobre toda sua extensão. Se por cima ela se destaca pelo formato arredondado, de perto os detalhes dos enormes pilares e do teto são um show à parte.
Toda essa área tem sua superfície nervurada – desde os detalhes das pilastras, que se aprofundam a medida em que se aproximam do teto, onde enfim identificamos uma típica estrutura de laje nervurada.
Esse visual simétrico e coerente divaga da extensão do teto até a longa parede de vidro do hall de entrada, divididas em pequenas telas ortogonais que dão uma consistência estética à toda estrutura –a mais longa parede de vidro do mundo.
Na Índia, não é permitida a entrada de não passageiros no Terminal. Assim, uma estrutura de vidro permite que os familiares acompanhem seus entes transitarem pela estrutura.
O teto e a vidraça também operam uma função térmica, protegendo os passageiros do típico calor de Mumbai.
Algumas paredes contam com metais perfurados com função de cortinas que filtram a incidência solar de todos os ângulos para criar um ambiente confortável de iluminação e sustentável no consumo de energia.
Se a estrutura externa aposta em formas modernas em um projeto arquitetônico disruptivo, por dentro o terminal presta homenagem ao estilo regional, mesmo que algumas áreas internas ainda explorem a estética das lajes nervuradas.
Nesses casos, formas triangulares dão as caras em alusão às penas do pavão, ave símbolo nacional da Índia. Padrões e estruturas com estilo local foram sutilmente adicionados ao projeto, integrando o novo com o tradicional em um projeto moderno, eficiente e sustentável.