No dia 23 de junho se comemora o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. Mas qual a origem dessa data? Por que é tão importante destacar o papel da mulher na área da engenharia?
Mesmo com um grande aumento na entrada de mulheres, a área da engenharia é majoritariamente ocupada por homens. Em 2017, por exemplo, as mulheres ocupavam 27,7% das vagas do curso de Engenharia Civil. O número é um tanto quanto preocupante, já que não chega sequer aos 50% das vagas. É por isso que iniciativas para trazer mais mulheres a estes espaços são tão necessárias!
O Dia das Mulheres na Engenharia é uma dessas iniciativas, criada pela Women’s Engineering Society (WES) ( Associação das Mulheres Engenheiras ), para enfatizar o quão desbravadoras e intrépidas são as mulheres que decidem seguir por este caminho. Um caminho muitas vezes trilhado com dificuldade. Vamos entender um pouco melhor o que enfrenta hoje em dia a mulher engenheira e conhecer algumas inspirações!
Os maiores obstáculos na engenharia para as mulheres
- Falta de reconhecimento: Este é o principal obstáculo para todas as mulheres no mercado de trabalho e quando se trata da área da engenharia, a situação fica ainda pior. O tom de surpresa quando algo é feito bem por uma mulher ou mesmo a constante necessidade de provar que se é capaz de completar uma tarefa específica assombram as carreiras de diversas engenheiras.
- Assédio constante: Outro obstáculo é o assédio enfrentado no dia a dia das mulheres engenheiras. Muitas chegam a desistir da sua carreira, já que o desconforto e o mal estar causado por este problema se tornam rotineiros.
- Diferença salarial: A diferença salarial ( sinal do nosso primeiro tópico, a falta de reconhecimento ) contribui para o desânimo em continuar em um espaço que não valoriza a profissional.
- Falta de incentivo: Por fim, a falta de apoio por parte de parentes e até mesmo de maridos e filhos costuma pôr fim a muitas carreiras brilhantes. Imagine só ouvir todos os dias que aquela profissão “não é para você” por causa do seu gênero? Complicado, não é?
É interessante entendermos que os desafios da mulher engenheira no mercado nada tem a ver com a maternidade. Com o passar do tempo e a garantia dos direitos trabalhistas para as mães, as mulheres conseguiram equilibrar a vida profissional com a criação dos filhos. Em alguns países como a Islândia, a garantia de folga não apenas para as mães, mas para os pais de recém nascidos, garantiu ainda mais a equidade entre os profissionais da área.
Quem são as grandes mulheres da engenharia ?
Enedina Marques – Engenharia Civil ( 1913 – 1981)
A primeira mulher engenheira do Brasil era uma mulher negra. Enedina Marques ingressou na área no ano de 1940, no Paraná, lutando contra o racismo e sexismo da época. Foi ela a responsável pela construção da Usina Capivari-Cachoeira. Após esta grandiosa obra, Enedina auxiliou no plano hidroelétrico do Paraná.
Emily Warren Roebling – Engenharia Civil ( 1843 – 1903 )
Emily Warren Roebling é conhecida por um dos grandes projetos de engenharia dos EUA: a ponte do Brooklyn. Seu vasto conhecimento não só em matemática, mas também em materiais para construção possibilitou a construção sem precedentes da ponte. Ela assumiu o lugar do marido e do sogro como engenheira chefe e comandou com maestria a obra.
Edith Clarke – Engenharia Mecânica/ Elétrica (1883 – 1959 )
A primeira mulher a ganhar um diploma em Engenharia Elétrica no MIT. Mais tarde se tornaria famosa pela sua invenção, a Clarke Calculator ( Calculadora Clarke). Essa calculadora gráfica batizada com seu nome foi utilizado para resolver problemas em linhas de transmissão de energia.
Valorizar as profissionais engenheiras é dever de todos que fazem parte do grande mercado das engenharias. E não só elas, afinal, todas as mulheres sofrem diversos preconceitos ao começar a sua carreira. A Atex deseja respeito e apoio a todas as engenheiras e que sigam fortes no caminho para conquistar uma carreira de sucesso!