Com uma passagem recente pela América do Norte, nossa série para explorar projetos importantes que usam estrutura de laje nervurada volta para o Velho Continente; mais precisamente, para Portugal.
É lá que encontramos a sede do GS1 Portugal, uma associação de empresas de diferentes setores e portes focada na implementação de padrões globais para toda cadeia de suprimentos.
O prédio, chamado de Centro de Inovação e Competitividade, em Lisboa, é resultado de um projeto concebido em um concurso de 2014. É ele que vamos conhecer melhor agora!
Conhecendo o projeto
O Centro de Inovação e Competitividade do GS1 Portugal teve seu projeto arquitetônico desenvolvido pelo escritório PROMONTORIO. O edifício foi inaugurado no dia 31 de outubro de 2016 e já foi reconhecido pelas soluções sustentáveis utilizadas em sua construção.
Além do trabalho do escritório, também se destaca o artista plástico Alexandre Farto, mais conhecido pela alcunha de Vhils, que criou os 49 painéis com concreto em alto relevo que circundam o prédio.
Vistos de uma certa distância, os painéis remetem diretamente aos códigos de barra, um dos padrões implementados pelo GS1. O artista destaca as formas usadas para a obra como referência ao “ato de cifrar e decifrar, desconstruir para construir códigos que organizam, analisam e trabalham sobre a eficiência e o caos”.
O projeto do prédio aproveitou uma estrutura já existente, que estava abandonada. Uma área do Campus do Lumiar do IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação) de dois pisos mais cobertura.
No primeiro andar, está uma área de exposição que demonstra a utilização dos padrões do GS1, com módulos interativos abertos ao público. O espaço conta com áreas técnicas e auditório.
No segundo piso fica a área administrativa, com escritórios abertos – praticamente um padrão na arquitetura corporativa moderna. As áreas fechadas, em sua maioria, são salas destinadas a reuniões e videoconferências.
Na cobertura, foi criada um ambiente para socialização com bar e área aberta.
As escadas principais, que cortam os pisos em espiral, criam espaços amplos que ajudam na ventilação e na circulação de luz.
E as lajes nervuradas?
A estrutura conta com lajes do tipo cogumelo.
Pelos corredores do Centro de Inovação e Competitividade do GS1 Portugal vemos a presença marcante das lajes nervuradas. Um aspecto que dá ainda mais destaque à aparência dos alvéolos é o fato do concreto apresentar uma textura mais crua, rugosa.
Junto às lâmpadas instaladas no interior dos alvéolos da laje, cria-se uma ambientação quase rústica, de intensidade leve e confortável para quem transita.
E o concreto é um elemento não apenas estrutural na obra. Ele está no centro da experiência concebida pelos arquitetos, desde o alto relevo dos painéis externos até a textura bruta presente em lajes nervuradas e seções de teto plano.
A estrutura do edifício com laje nervurada, com todas suas vantagens econômicas e ambientais, aponta como projetos modernos procuram soluções não apenas em busca de produtividade, mas também em um uso racional e otimizado de recursos naturais.
A economia de concreto gera um menor uso de água e de energia que seria gasta para gerar o material.
Entre outras alternativas sustentáveis utilizadas no projeto, ainda podemos citar os 518 metros de cortiça utilizados como isolante térmico e as mais de 2 toneladas de papel reciclado que foram usados para o isolamento acústico.