Hoje o Blog da Atex inaugura uma nova sessão. Nos consideramos grandes embaixadores da laje nervurada no Brasil e lembramos de alguns exemplos para inspirar arquitetos e engenheiros. Agora, vamos apresentar projetos arquitetônicos de destaque pelo mundo que usam a estrutura. E vamos começar pelo Royal National Theatre, em Londres.
O Teatro Nacional, inaugurado em 1976, é considerado um dos três principais ambientes artísticos da capital britânica. O prédio está localizado às margens do Rio Tâmisa, em South Bank, área central da cidade.
A estrutura conta com três grandes teatros, um centro de aprendizado, restaurantes, um bar ao lado do Tâmisa e uma livraria. O Teatro apresenta até 25 novos espetáculos por ano. As produções são transmitidas para cinemas de todo o mundo e via stream para escolas britânicas. A organização do teatro também produz conteúdo digital sobre a Segunda Arte.
Conhecendo o projeto
O projeto do Royal National Theatre é considerado a obra mais importante desenvolvida pelo arquiteto inglês Denys Louis Lasdun. Considerado um dos grandes arquitetos modernistas do século XX, a obra trabalho de Lasdun também apresenta influências clássicas.
O Teatro é listado como Grade II*, uma das listagens das mais importantes obras na Inglaterra e no País de Gales. A obra faz parte do que é chamado de arquitetura brutalista, movimento estilístico que abusou do uso de concreto puro e aparente que se tornou popular em prédios públicos e escolas, por favorecer a função sobre o estilo e o fluxo de pessoas.
Projetado e construído em concreto, o prédio conta com estrutura concebida com base em tábuas de madeira, que geram a sensação de formar várias camadas. Esses estratos fazem a conexão dos espaços de espetáculos e de circulação, que era o principal foco de Lasdum na criação do National Theatre: a exploração do ambiente pelo visitante.
O traço comum da obra de Lasdum são linhas horizontais marcantes, fachadas sem janelas, pouca ênfase na entrada e o uso hábil do concreto. E o National Theatre é um perfeito exemplo dessas características.
E as lajes nervuradas?
Em uma estrutura com tanto foco no concreto, o uso de lajes nervuradas se torna quase obrigatório para garantir eficiência e viabilidade econômica ao projeto. A grande quantidade de concreto que seria utilizado se a estrutura fosse maciça, além de tornar a obra mais cara, tornaria a estrutura extremamente pesada, o que dificultaria a manutenção e exigiria fundações ainda mais robustas.
Dessa forma, é facilmente perceptível a presença de nervuras na estrutura da base externa do teatro.
Por dentro, o estilo do brutalismo arquitetônico permanece valorizando a aparência crua do concreto. Essa valorização do concreto mostra uma aproximação do estilo com o design industrial, que comumente também se utiliza de lajes nervuradas.
Assim, o ambiente interno exibe amplamente as nervuras da laje. A escolha não só acompanha a necessidade estrutural, mas também se comunica com as linhas externas e enaltece o material base. Isso também proporciona economia, já que há menos gastos com acabamento e a decoração consegue mais destaque.
Essa foi a primeira edição do Laje Nervurada pelo Mundo. Já conhecia o Royal National Theatre? Diz para a gente o que você achou nos comentários.
E para encerrar, uma frase de Denys Lasdun sobre o concreto. “Pode ser um material lindo se for utilizado da forma que sua própria natureza pretende ser usada. É um tipo de escultura…”